Gerador de zine

Olá! Seja bem vinde ao gerador de zine. Zine ou fanzine como a gente gosta de chamar. Um zine é nada mais nada menos que um gibi de baixo custo. Algumas páginas de papel dobrada com alguma coisa pra dizer e pronto. Dentro vai ter textos e figuras produzidas pelo próprio autor, grupo de autores, ou ainda roubada de livros, revistas, internet. As pessoas fazem fanzines sobre as coisas mais diversas que você pode imaginar e a graça é você criar o seu próprio, distribuir ou vender entre os seus amigos e conversar com eles a respeito. Abaixo você tem um zine pronto para ser impresso gerado aleatoriamente a partir de conteúdos selecionados previamente pelo Estúdio Daó.

Para montar seu zine, você precisa de uma impressora e 4 folhas de sulfite.

Com esses materiais em mãos:

  1. Clique no botão imprimir abaixo ou no menu do seu navegador;
  2. Você vai precisar imprimir frente e verso. Se sua impressora tenha essa opção é só seleciona-la e seguir as instruções, caso não tenha é só fazer esse processo manualmente. O jeito mais fácil é você colocar primeiro para imprimir todas as páginas ímpares (1, 3, 5 e 7) e depois você vira as folhas, coloca novamente na impressora e pede para imprimir as páginas pares (2, 4, 6 e 8).
  3. Com as folhas impressas é só dobra-las ao meio e seu zine tá pronto!

Obs.: A impressão do zine funciona melhor no navegador Chrome.

ZINE GERADO ALEATORIAMENTE
A PARTIR DE CONTEÚDOS SELECIONADOS PREVIAMENTE

BPP

@giuliafagundes______

Gino Bartali

Revista Bicicleta

Nesse ano, a morte do ciclista Gino Bartali completa vinte anos. Bartali foi uma das figuras-chave do ciclismo e vencedor de dois Tour de France (1938 e 1948) e três Giro d’Italia (1936, 1937 e 1947).

A grandeza de Bartali, nascida em uma família humilde de fazendeiros da Toscana, não se limitou ao seu poder extraordinário na bicicleta. Em tempos de ascensão do fascismo, Il Ginettaccio, como seus contemporâneos o apelidaram, escolheu pedalar em contracorrente. Quando ele venceu o Tour em 1938, recebeu inúmeras pressões para dedicar sua vitória a Benito Mussolini, que estava ansioso para demonstrar a superioridade italiana em prol do prestígio fascista. Ele recusou, apesar do que não pôde evitar ser usado com frequência na propaganda do regime.

Pouco depois, com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, Bartali tomou uma decisão ainda mais corajosa: transportar clandestinamente, em sua bicicleta enquanto treinava, documentos forjados para ajudar centenas de judeus a se livrarem da morte. Vistos, documentos de identidade, passaportes e todos os tipos de passagens de conduta segura estavam escondidos entre a pintura e o guidão da sela, atravessando as estradas do centro da Itália. Atravessou milhares de quilômetros, e era frequentemente preso e interrogado pela polícia. Ele pedia para a polícia não tocar em sua bicicleta porque ela havia sido calibrada milimetricamente para maximizar seu desempenho.

ESTIMA-SE QUE BARTALI SALVOU A VIDA DE CERCA DE 800 PESSOAS.

(…)

Motivação pra subir no muro

Carreta Furacão

Retícula sobre Itamar

Guilherme Vieira

São Paulo

Cólera

Mais um outro dia em vão
Encostado na esquina
Vendo gente passar
Um cigarro pra fumar
Numa noite muito fria
As sirenes a gritar
Violências nas esquinas
E barulho em todo lugar
Ooh! Ooh! Ooh! Cidade!
Ooh! Ooh! Ooh! Cidade!
Mais um outro dia em vão
Encostado na estação
Vendo o ódio das pessoas
Toda hora brigam atoa
A violência da polícia
Puta-merda que vergonha
Quando isso vai mudar
Puta-merda de lugar
Ooh! Ooh! Ooh! Cidade!
Ooh! Ooh! Ooh! Cidade!
Quando isso vai mudar?
Puta merda de lugar

A Todo Anarquista

Flicts

A todo aquele que anda sobre a terra
A todo aquele que trava sua guerra
A quem não reconhece muros nem prisões
A quem não respeita correntes nem grilhões
Aos que não esperam que o tempo lhes dê razão
Aos que ousam derrubar a moral e a tradição
A todo aquele que abraça a deliqüência
A todo aquele que vive a inconseqüência

OOOOO
A todo anarquista

A todo aquele sem pátria nem bandeira
A todo aquele sem hino nem fronteira
Aos que se arriscam a peitar autoridade
Aos que se arriscam a dançar com a liberdade
Aos que não esperam que o tempo lhes dê razão
Aos que ousam derrubar a moral e a tradição
A todo aquele que abraça a deliqüência
A todo aquele que vive a inconseqüência

OOOOO
A todo anarquista

MANIFESTO PARA UMA EQUIPE ESPORTIVA AUTOGESTIONADA

Tefopress

A prática esportiva é uma ótima maneira de exercitar a habilidade humana de criar consenso, poder coletivo, solidariedade e espírito de equipe, além de trabalhar para a construção de corpos mais saudáveis e de uma comunidade em torno de uma prática saudável.

Dentro destes valores uma equipe esportiva que busque se organizar através da autogestão enfrenta alguns desafios. Não existe a figura do presidente/técnico. É ideal que todo o aprendizado que acontece seja compartilhado com o resto do grupo. É também esperado dos membros do grupo que implementem por iniciativa própria nas suas rotinas de treino o que acharem condizente com os objetivos dentro do time. Todos os membros do time participam das decisões administrativas e esportivas em pé de igualdade e toda forma injusta de autoridade e hierarquia tem que ser destruída.

► Valores Compartilhados
Um dos fatores que definem o sucesso de um time é confiança. E confiança entre companheiros de time vem de acreditar em coisas parecidas. Acreditamos na liberação do ser humano perante sistemas de controle social opressivos como: racismo, machismo, capitalismo, sexismo, especismo e religião. Acreditamos que a espécie humana pode e deve trabalhar na direção da criação de uma sociedade sem classes, sem estado, sem patrão e sem fronteiras onde todos são responsáveis pela saúde e prosperidade de si, do coletivo e do entorno. Um time esportivo não vai mudar o mundo mas é um lugar onde algumas dessas ideias podem tomar forma prática e criar lugares de experimentação e acolhimento

(…)

► Diversão e Socialização
O esporte é uma maneira organizada dos seres humanos se divertirem e socializarem em torno da mesma prática. A única maneira de praticar um esporte errado é se você não está se divertindo. Entre si, as práticas esportivas são diferentes, algumas valorizam mais a parte física, outras a parte mental e algumas contemplam as duas de forma similar. Se você não se sente bem com uma prática converse com seus companheiros e tire suas dúvidas, pode ser que você se sinta melhor fazendo outra atividade, seja em outro esporte ou exercendo outra função, em caso de esportes coletivos.

Z-L

Guilherme Vieira

Colagem

@giuliafagundes______

Pernas

Ventre

Aposto que você nem lembra que naquela noite meu olhar era seu
Acho que não sabe tudo o que perdeu

E quando você se tocar

E o cheiro na cama, a marca das unhas em mim
Os gemidos escondidos...
Memorias criadas do que não fizemos

E quando você se tocar
Deixa escorrer pelas pernas
E se perder pelo caminho

E o que esta na cabeça pela ponta dos dedos vai sair
E libertar o que você deseja, o que você espera, ta aí
O gozo vai vir
O medo sair
E o sono bater

Pensar a democracia

Marilena Chaui

No capitalismo, são imensos os obstáculos à democracia, pois o conflito dos interesses é, na verdade, expressão do fundamento mesmo da divisão social, ou seja, a contradição entre o capital e o trabalho e, portanto, a exploração de uma classe social por outra. Assim, por exemplo, se é verdade que as lutas populares nos países do capitalismo central ou metropolitano ampliaram os direitos dos cidadãos e que a exploração dos trabalhadores diminuiu muito, sobretudo com o Estado do Bem-Estar Social, também é verdade, no entanto, que houve um preço a pagar: a exploração mais violenta do trabalho pelo capital recaiu sobre os trabalhadores dos países da periferia do sistema. Por outro lado, também é inegável, em toda parte, a fragilidade dos direitos políticos e sociais sob a ação do neoliberalismo e, portanto, do encolhimento do espaço público e alargamento do espaço privado ou do mercado, sob a forma da privatização e da chamada “desregulação econômica”. Além disso, ao abandonar os investimentos dos fundos públicos nos serviços e direitos sociais e ao destinar os fundos públicos ao aumento da liquidez do capital para o desenvolvimento das novas tecnologias, o Estado neoliberal põe em risco todos os direitos econômicos e sociais conquistados pelas lutas populares.

Ilha do Mel

Giovani Castelucci

até quando?

@giuliafagundes______

Todo dia ela faz tudo sempre igual

Guilherme Felitti

Além do cappuccino, do Vaticano e do fascismo, a sociedade moderna deve à Itália o conceito de empresa. Ainda que grupos de pessoas venham se unindo sob uma mesma organização para fazer comércio desde a Mesopotâmia, 3 mil anos antes de Cristo, foi durante o Império Romano que tomou forma a estrutura da empresa que conhecemos até hoje.

“Eles certamente criaram alguns dos conceitos fundamentais de legislação corporativa, particularmente a ideia de que uma associação de pessoas pode ter uma identidade coletiva separada dos seus componentes humanos. Eles ligavam as companhias à família, a unidade básica da sociedade. Os sócios — ou ‘socii’ — deixavam a maior parte das decisões gerenciais para os gerentes, que, por sua vez, operavam o negócio, administravam os agentes no campo e mantinham ‘tabulae accepti et expensi’, os livros de contabilidade”. Ainda que os romanos tenham dado a primeira forma, foram outros italianos que, baseado no que os romanos já tinham criado, aperfeiçoaram o modelo. Esse trecho é de um livro excepcional chamado The company: A short history of a revolutionary idea, de dois jornalistas da revista The Economist, John Micklethwait e Adrian Wooldridge.

Uma pequena aula de história: depois que o Império Romano cai, o grupo que começa ganhar relevância na Itália são os mercadores, principalmente os concentrados na região de Veneza. É daí que vem a ascensão do Doge de Veneza, a autoridade máxima da República de Veneza. O poder que tinha no comércio marítimo fez de Veneza o centro comercial da Europa durante quase mil anos, o que ajuda a explicar a suntuosidade dos palácios e das igrejas que você visita hoje em dia após desviar das pombas que infestam a cidade. A necessidade de financiar muitas viagens comerciais para o Oriente obrigou Veneza a criar um modelo muito parecido com o praticado por fundos de investimento de risco: capitalistas se juntavam para colocar seu dinheiro em um projeto (uma esquadra em direção à Indonésia, por exemplo, atrás de temperos) e poderiam lucrar com comércio marítimo sem nunca terem colocado os pés em um barco. Começava aí o modelo que nos levou às sociedades anônimas que temos hoje, com empresas que abrem capital na bolsa.